Se práticas ESG (environmental, social and governance) ainda não fazem parte do dia-a-dia da sua empresa, está na hora de rever a estratégia de negócios, principalmente se a sua empresa está em busca de investimento. As práticas ambientais, sociais e de governança são a base do chamado índice de sustentabilidade empresarial (ISE), que está cada vez mais no radar de gestores e investidores interessados em empresas que se pautam pelo ESG.
O índice de sustentabilidade empresarial (ISE) é o índice brasileiro utilizado para mensurar o desempenho médio das empresas bem posicionadas na agenda ESG. Há poucas semanas, uma das maiores empresas de estrutura de mercado financeiro do mundo, a B3, anunciou uma nova metodologia para o ISE.
Segundo divulgado pela XP, dentre as principais mudanças trazidas pela nova metodologia está a divulgação para o público investidor da nota geral que todas as empresas (inclusive as não selecionadas para a carteira teórica) recebem no cumprimento de cada um dos critérios de avaliação.
Um ponto favorável da implantação desta nova metodologia é a real valorização das empresas que mais investem em ESG, uma vez que irão se destacar na carteira. A nova metodologia ISE reforça a transparência da avaliação e está prevista para entrar em vigor a partir de janeiro de 2022.
Ainda segundo relatório divulgado pela XP ao anunciar a novo metodologia, a avaliação do ISE contará com questionários avaliados pela RepRisk, uma companhia de ciência de dados ambientais, sociais e de governança corporativa, e pelo Carbon Disclosure Project (CDP), uma organização reconhecida mundialmente que ajuda empresas a divulgarem seu impacto ambiental, principalmente relacionado à emissão de carbono.
Será uma nova fase do capitalismo regida pelo ESG?
Para os especialistas de mercado, a resposta é sim! A principal razão está na transformação das práticas ESG em um ativo financeiro tangível. Segundo artigo recente publicado na Forbes Brasil, “os critérios ESG se tornaram relevantes na análise de riscos e na tomada de decisões dos investidores e já impactam nas decisões de compra dos consumidores”. Estamos vivenciando um momento de quebra de paradigma, no qual pautas sustentáveis têm guiado operações de mercado e consequentemente mudando o curso atual do capitalismo.
Segundo dados publicados pela Virtus News, “o valor total aplicado em ativos financeiros que seguem algum tipo de critério ESG dobrou nos últimos dois anos e atingiu US$ 40,5 trilhões”. São fundos de investimentos e outras aplicações financeiras que observam muito além da rentabilidade dos negócios, observam e valorizam cada vez mais as práticas ESG.
Se investir em sustentabilidade em meados dos anos 80 e 90 era uma diferencial empresarial, nos dias atuais provar o impacto positivo das marcas no meio ambiente e na sociedade tem se tornado indispensável para as empresas. Se até a metade do século 20, as empresas tinham como objetivo a geração de lucro para garantir o retorno aos acionistas, hoje, a responsabilidade corporativa com todos os stakeholders da cadeia tem pesado na reputação e futuro das organizações. O compromisso das empresas com o bem-estar social e a sustentabilidade em todas as suas vertentes caracterizam o chamado Capitalismo de Stakeholders.
Pilares do Capitalismo de Stakeholders
A preocupação do mercado com a sustentabilidade refletida no crescente aumento dos fundos ESG marcam a transição para o chamado Capitalismo de Stakeholders, como mencionado acima, um modelo de capitalismo que se preocupa não apenas com os acionistas, mas também com todas as partes interessadas no negócio: consumidores, trabalhadores, meio ambiente, demais agentes econômicos e a sociedade como um todo.
Dentre os principais pilares do Capitalismo de Stakeholders estão:
Princípios de governança: Se referem ao propósito de uma empresa, ao seu comportamento ético e sua capacidade de transparência. Avalia critérios como a ética empresarial, o combate à corrupção e a práticas desleais, o gerenciamento de riscos.
Planeta: Avalia a dependência de uma empresa em relação a recursos naturais e qual o impacto dela no ambiente. Analisa fatores como políticas de gestão de resíduos, fontes energéticas e consumo de água.
Pessoas: Afere, essencialmente, como a empresa cuida de seus empregados. Alguns dos critérios analisados neste pilar são a diversidade, as oportunidades de ascensão, as diferenças salariais e o investimento na qualidade de vida e na formação dos funcionários.
Prosperidade: Avalia como a companhia afeta o bem-estar da sociedade. Aqui são observados indicadores como o crescimento no número de colaboradores, investimento em tecnologia e na expansão da capacidade produtiva.
Para quem quiser entender melhor sobre o Capitalismo de Stakeholders, vale a leitura da publicação Measuring Stakeholder Capitalism, do Fórum Econômico Mundial.
A tendência é que mediante ao novo cenário do Capitalismo de Stakeholders, a sustentabilidade empresarial ganhe um peso cada vez maior como ativo de marca junto ao mercado consumidor e ativo de investimento junto ao mercado financeiro. A nova metologia do Índice de Sutentabilidade Empresarial (ISE) é a prova da força das práticas ESG para o futuro da sociedade e dos negócios.
A gestão adequada de resíduos e a logística reversa de embalagens são práticas sustentáveis alinhadas com a agenda ESG. A Polen desenvolveu soluções que podem ajudar a sua empresa a ficar em dia com a agenda ESG, fale com um dos nossos especialistas e saiba como adequar a sua operação aos critérios de sustentabilidade empresarial.
Referências:
https://forbes.com.br/forbesesg/2021/08/revolucao-esg-inaugura-nova-fase-do-capitalismo/
https://virtunews.com.br/os-4-pilares-do-capitalismo-de-stakeholders/
https://blog.inteligov.com.br/stakeholder-capitalism/