Esta semana, a reciclagem foi tema de uma enxurrada de postagens nas redes sociais em razão do dia 17 de maio, data que marca o Dia Internacional da Reciclagem. Estabelecida oficialmente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO, a data tem por objetivo aumentar a conscientização sobre a importância da reciclagem como uma ferramenta para a gestão adequada de resíduos e para o combate às mudanças climáticas.
Há muito tempo a reciclagem deixou de ser uma alternativa em prol de um mundo mais sustentável para se tornar uma obrigação coletiva, porque a grande verdade é que consumimos recursos primários muito aquém do que a natureza consegue oferecer e produzimos um volume de lixo também muito superior do que o meio ambiente consegue absorver.
Se queremos que as futuras gerações tenham acesso a ecossistemas minimamente estáveis como temos hoje, mudanças de atitudes de consumo, o reaproveitamento de recursos e resíduos, bem como, práticas sustentáveis diárias de vida se fazem fundamentais e necessárias. Reciclar é justamente uma dessas práticas que precisamos incorporar no nosso dia a dia como sociedade.
A reciclagem está no DNA da Polen e faz parte do core business da empresa, mas não queremos apenas oferecer soluções para outras empresas que precisam lidar com os seus resíduos. Acreditamos que as mudanças presentes e futuras que serão capazes de preservar esse planeta que chamamos de casa são uma responsabilidade e um processo coletivo.
Como time e como empresa queremos estar à frente deste movimento de transformação, fomentando tecnologia e trazendo soluções inovadoras para que a cadeia da reciclagem se fortaleça e a mensagem “todo dia é dia de reciclar” ganhe força e reverbere por aí. Que a reciclagem no Brasil deixe de ser um cumprir de protocolos legais e seja um ato de amor e responsabilidade pelo nosso país, nossa sociedade e nosso ecossistema.
Resíduos sólidos x Reciclagem no Brasil
Por definição, a reciclagem é o processo industrial de coleta, separação e transformação de resíduos descartados corretamente em novos produtos. Ou seja, é o processo de ressignificação do lixo que produzimos, à medida que conseguimos identificar materiais que podem ser reaproveitados e transformados em novos produtos ao invés de serem apenas descartados no lixo comum, gerando um impacto negativo na natureza.
Ao reciclar, reduzimos os danos que o lixo provoca no meio ambiente como a poluição do solo e dos oceanos, por exemplo. A grande questão é que produzimos lixo em volume e velocidade muito maiores do que a natureza pode absorver e por isso mesmo o investimento na cadeia da reciclagem é tão importante, precisamos acelerar esse processo, aumentar o volume de resíduos neutralizados.
Em 2020, a Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, apresentou um panorama sobre os 10 anos da gestão dos resíduos sólidos no Brasil desde a implantação do seu marco inicial, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 2010.
Segundo a Abrelpe, entre 2010 e 2019, a geração de resíduos sólidos (RSU) no Brasil cresceu consideravelmente, passando de 67 milhões para 79 milhões de toneladas por ano. Em resumo, a geração de resíduos sólidos cresceu 19% em 10 anos.
No entanto, a destinação correta desses resíduos não seguiu a mesma velocidade, mesmo com o aumento do número de municípios realizando processos de coleta seletiva. Ou seja, o grande gargalo está justamente na destinação final ambientalmente adequada desses resíduos, o que está diretamente relacionado com os volumes reciclados.
Em 2010, cerca de 3.152 municípios brasileiros possuíam alguma iniciativa de coleta seletiva, uma década depois esse número aumentou para 4.070 municípios. Foram 918 municípios a mais realizando ações de coleta seletiva, dentre o total de 5.565 municípios que existem no Brasil hoje, segundo levantamento do IBGE. Porém a Abrelpe destaca que em muitos municípios as atividades de coleta seletiva ainda não abrangem a totalidade de sua área urbana, um fator importante a ser considerado.
O panorama apresentado pela Abrelpe apontou que a maior parte dos resíduos sólidos coletados segue para aterros sanitários, sendo hoje cerca de 43 milhões de toneladas por ano. Por outro lado, a quantidade de resíduos que segue para unidades inadequadas (lixões e aterros controlados) ainda é grande, contabilizando cerca de 29 milhões de toneladas por ano.
Disposição Final Adequada X Inadequada de RSU no Brasil (T/ANO)
Disposição Final de RSU nas Regiões, por tipo de destinação (T/ANO)
Mas afinal, onde entra a reciclagem nesta história? Hoje, 73% das cidades brasileiras fazem a coleta seletiva, porém, segundo a Abrelpe a coleta ainda é bastante incipientes e a falta de uma separação dos resíduos reflete na sobrecarga do sistema de destinação final. A consequência direta disso é a manutenção dos baixos índices de reciclagem no país.
Ao analisar o panorama apresentado pela Abrelpe, em dez anos desde a sanção da Lei Federal dos Resíduos Sólidos, os índices de reciclagem no Brasil permanecem em patamares inferiores a 4% na média nacional.
Eu reciclo, tu reciclas, nós reciclamos!
Como fazer para alavancar os índices de reciclagem no Brasil? Essa é uma missão coletiva que envolve poder público, empresas, consumidores e sociedade. Vai desde a fiscalização sobre o cumprimento da logística reversa nos municípios, passando por empresas mais engajadas no processo de compensação ambiental, até mais pessoas separando o lixo em casa para que o mesmo possa ser aproveitado de maneira adequada na cadeia da reciclagem.
Se cada um fizer a sua parte, a mudança acontece! Seja uma empresa engajada neste movimento de mudança comportamental e estrutural que o Brasil precisa, ajude a elevar os índices de reciclagem no nosso país, procure a Polen e nós te mostramos as soluções possíveis!
Autora: Daniella Barbosa