Nos últimos tempos estamos sendo cada vez mais impactados pela tão falada sigla ESG. Mas o que ela significa de fato e porque sua empresa deve se preocupar com ela?
ESG é a sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, conhecida em português como ASG, Ambiental, Social e Governança. O termo foi cunhado em 2004 em uma publicação do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global com o objetivo de obter respostas dos bancos sobre como integrar os fatores ESG ao mercado de capitais. Na prática são critérios que ajudam a analisar as iniciativas das empresas nesses três pilares.
Já falamos anteriormente aqui no Blog Créditos de Logística Reversa sobre ESG, confira também a matéria: ESG: o que é e qual a sua importância
Para analisar o aspecto ambiental, olha-se para como a empresa faz a gestão de resíduos, gestão de água, emissão de gases de efeito estufa e uso de recursos naturais, por exemplo. Sob o aspecto social, alguns dos pontos enquadrados são como a empresa se relaciona com seus fornecedores e colaboradores, se possui projetos de responsabilidade social e como está o quadro de diversidade e inclusão. Por fim, ao falar de governança aborda-se como a empresa está sendo liderada e administrada, se possui práticas anticorrupção e se possui um conselho de administração independente, entre outros.
Apesar de parecer a moda do momento, o ESG é uma realidade que está cada vez mais presente nas nossas escolhas de vida e a integração desses três fatores na análise de risco da empresa deve ser enxergada como uma vantagem competitiva de longo prazo.
O mercado financeiro, principalmente o europeu e americano que são mais maduros, já está incorporando essa nova dinâmica em sua forma de investir. Alguns dos principais bancos do mundo dizem que em uma década os investimentos que não consideram os fatores ESG serão exceção, uma vez que uma parcela dos investidores globais pretende parar de investir em produtos que não incorporem os três fatores. E essa realidade se reflete em números, visto que em 2020 o mercado mundial de ativos ESG atingiu US$40 trilhões, o que equivale a aproximadamente 40% dos ativos do mundo.
ESG na prática
Para se adequar a essas novas exigências do mercado, as empresas precisam incorporar cada vez mais os aspectos ESG na sua cultura. Se por muito tempo foram pautadas com o objetivo único de gerar lucro para o acionista, essa estratégia hoje não funciona mais. É necessário entender que uma empresa precisa gerar valor para todas as partes interessadas- clientes, fornecedores, comunidade, funcionários, acionistas- para que possa prosperar cada vez mais! E para que isso ocorra, o compromisso com os aspectos ESG não pode vir apenas de uma área responsável na empresa e sim ser vista como uma estratégia empresarial, conhecida e desenvolvida por todos os departamentos e engajando, principalmente, a liderança.
Há diversas empresas hoje no Brasil que são exemplos claros de como é possível ser rentável e ao mesmo tempo responsável, como Fleury, Klabin, Renner, Localiza, Natura e Duratex. Usando a Natura como exemplo, ela foi considerada no ano passado uma das empresas mais sustentáveis do mundo, sendo carbono neutro desde 2007 e com diversas iniciativas sustentáveis e inclusivas na Amazônia.
Nessa mudança os consumidores exercem papel fundamental e estão cada vez mais preocupados em consumir de empresas com boas práticas socioambientais e que promovam impacto positivo na sociedade. Segundo uma pesquisa da Cone Communications, 81% dos consumidores entrevistados ao redor do mundo pensam que as empresas devem ajudar a melhorar o meio ambiente. Nesse sentido, não adianta apenas reduzir o impacto negativo e cumprir leis e sim promover a mudança no meio ambiente e na sociedade!
Em um mundo com emergência climática, consumidores cada vez mais conscientes e investidores preocupados não só com retorno financeiro mas com também com impacto social e ambiental, as empresas que não olharem para os aspectos ESG terão dificuldade de se manter no mercado.
Autora: Bárbara Barroso