Relatórios de Sustentabilidade: Reporting Matters Brasil 2024 mostra evolução em práticas ESG
ESG
Sustentabilidade
A 2ª edição do Reporting Matters Brasil 2024, lançada pelo CEBDS, mostra avanços nas práticas ESG nos relatórios de sustentabilidade. Saiba como as empresas brasileiras estão adotando a dupla-materialidade e melhorando a transparência em suas operações socioambientais e financeiras.

O que são Relatórios de Sustentabilidade e sua Importância para Empresas e Investidores?

Com mais de três décadas de existência, os relatórios de sustentabilidade surgiram como uma forma das empresas relatarem aos seus stakeholders, principalmente investidores, os resultados de suas operações sob avaliação de três vieses: econômico, social e ambiental. No entanto, foi na última década que esta prática se tornou indispensável para as grandes empresas, acompanhando o crescimento exponencial da preocupação global com questões socioambientais e da exigência por mais transparência sobre as atividades corporativas.

 

Hoje, a divulgação anual desses relatórios já está amplamente difundida entre as grandes empresas, não bastando apenas o lançamento do documento, mas sua adequação aos padrões e diretrizes internacionais de elaboração para que se tenha um parâmetro concreto de evolução dos relatos. Os mais adotados atualmente são:

Vale reforçar que as empresas não precisam se restringir a apenas um dos padrões, elas podem adequar o documento a diferentes diretrizes com base no tema de cada seção do relatório. Uma prática, inclusive, bem vista nas avaliações do Reporting Matters Brasil 2024.

O que é o Reporting Matters Brasil e como ele avalia ESG?

Desenvolvido pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) com o apoio do Grupo Report, o Reporting Matters Brasil chega a sua segunda edição inspirado no projeto de mesmo nome idealizado pela Radley Yeldar e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que já ocorre desde 2013 com análises de relatórios de sustentabilidade em escala global. Compartilhando, portanto, os mesmos objetivos, ainda que com abrangências diferentes, a CEBDS procura incentivar a melhoria das práticas de reporte empresarial por meio da avaliação dos relatórios produzidos pelas empresas que tem como associadas.

Critérios de avaliação

Com resultados expressos em pontuações de 0 a 10, os critérios de avaliação adotados pela CEBDS abrangem tópicos que vão além da conformidade dos relatórios com os padrões internacionais de elaboração. No total, foram analisados 74 relatórios com base nos 16 critérios seguintes:

✅Completude            ✅Contexto operacional

✅Materialidade          ✅Verificação externa  

✅Equilíbrio                  ✅Engajamento de stakeholders

✅Estratégia                 ✅Metas e compromissos  

✅Desempenho          ✅Governança de sustentabilidade

✅Design atrativo       ✅Parcerias e colaborações

✅Impacto                    ✅Implementação e controle

✅Alinhamento           ✅Facilidade de acesso

Além destes tópicos, a análise também observou boas práticas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ainda que não tenham sido considerados como critérios de pontuação.

Quem são e como funciona o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)?

O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma organização brasileira composta por empresas comprometidas com práticas empresariais responsáveis e sustentáveis. Fundado em 1997, o CEBDS busca alinhar as ações das empresas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, promovendo um futuro mais equilibrado e justo. A organização atua como um fórum de diálogo, estimulando a colaboração entre empresas para desenvolver soluções inovadoras e integrar práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). Além disso, o CEBDS apoia a criação de políticas públicas sustentáveis, oferece suporte técnico e realiza estudos que ajudam as empresas a atender às demandas socioambientais do mercado.

Como foram os resultados do Reporting Matters Brasil 2024?

Neste ano, a CEBDS observou avanços consideráveis na pontuação de praticamente todos os critérios quando comparados ao ano de 2023, com exceção apenas de “Impacto”, onde as empresas demonstraram uma certa fragilidade ao abordar o subcritério “Biodiversidade”. No entanto, como um todo, pode-se afirmar que os resultados foram bastante animadores, já que a pontuação média dos relatórios analisados passou de 6,7 para 7,8 — incremento de 16%, com destaque para a evolução acentuada do foco em materialidade, que passou de 5,8 para 7,2.

O que é Materialidade nos Relatórios de Sustentabilidade e sua Importância para as Empresas?

O conceito de materialidade nos relatórios de sustentabilidade envolve identificar e priorizar os temas mais relevantes para as empresas e seus stakeholders, levando em conta os impactos econômicos, sociais e ambientais de suas operações. Esses temas são essenciais para as decisões empresariais e para garantir a transparência e credibilidade dos relatórios. Atualmente, muitos relatórios vão além e adotam o conceito de dupla-materialidade, que avalia não apenas o impacto das atividades da empresa, mas também os riscos financeiros que ela pode enfrentar devido a questões socioambientais e econômicas externas.

Como esses conceitos se refletiram na pesquisa

Em 2024, houve melhorias substanciais na elaboração da materialidade nos relatórios, incluindo um crescimento de 14% de empresas que adotaram a dupla-materialidade em relação a 2023. Esse crescimento configurou a dupla-materialidade como uma prática presente na maioria dos relatórios analisados. 

Entre os temas materiais mais incidentes nos relatórios temos:

  • 78% Ética, integridade, compliance / Combate à corrupção / Transparência empresarial.
  • 73% Mudanças climáticas / Estratégia climática.
  • 70% Saúde, Bem-estar, Segurança no trabalho / Condições de trabalho.
  • 61% Diversidade, equidade e inclusão / Combate ao racismo estrutural / Combate a assédio e discriminação.

Conclusões gerais da pesquisa

Em termos gerais, a análise de relatórios de sustentabilidade da Reporting Matters Brasil chegou às seguintes conclusões:

  • 14% dos relatórios apresentam os ODS prioritários da empresa e somente 12% definiram metas claras ligadas aos ODS.
  • 74% dos relatórios utilizam as normas SASB e 53% incluem indicadores TCFD.
  • 59% possuem Compromisso Net Zero de reduzir as emissões a um nível residual até 2050.
  • 51% denominam-se “Relatório de Sustentabilidade”, enquanto 19% utilizam “Relatório Integrado”, e 12%, “Relatório ESG”.
  • 95% dos relatórios utilizam a GRI, seja exclusivamente ou associada a outros padrões e diretrizes.
  • 97% dos relatórios estão disponíveis online; desses, 7% são encontrados com dificuldade (mais que alguns cliques).
  • 77% dos relatórios receberam auditoria externa (de uma parte ou todo o relatório) e 23% não contaram com verificação externa.
  • 57% das empresas têm uma Política de Direitos Humanos com referência aos United Nations Guiding Principles on Business and Human Rights (UNGP).

Os resultados do Reporting Matters Brasil 2024 refletem avanços importantes na qualidade e transparência dos Relatórios de Sustentabilidade das empresas brasileiras, com destaque para a evolução na abordagem de materialidade e a adoção da dupla-materialidade. Embora ainda haja desafios, especialmente em relação ao impacto ambiental e à biodiversidade, as melhorias observadas indicam que as empresas estão cada vez mais alinhadas com as melhores práticas globais de ESG, contribuindo para um futuro mais sustentável e responsável.

Clique aqui e faça o download para o material completo da pesquisa.

Veja também nosso artigo sobre o Pacto Global da ONU e como ele impactou a elaboração dos relatórios de sustentabilidade.

Relatórios de Sustentabilidade: Reporting Matters Brasil 2024 mostra evolução em práticas ESG
ESG
Sustentabilidade
April 8, 2025 2:37 PM
A 2ª edição do Reporting Matters Brasil 2024, lançada pelo CEBDS, mostra avanços nas práticas ESG nos relatórios de sustentabilidade. Saiba como as empresas brasileiras estão adotando a dupla-materialidade e melhorando a transparência em suas operações socioambientais e financeiras.

O que são Relatórios de Sustentabilidade e sua Importância para Empresas e Investidores?

Com mais de três décadas de existência, os relatórios de sustentabilidade surgiram como uma forma das empresas relatarem aos seus stakeholders, principalmente investidores, os resultados de suas operações sob avaliação de três vieses: econômico, social e ambiental. No entanto, foi na última década que esta prática se tornou indispensável para as grandes empresas, acompanhando o crescimento exponencial da preocupação global com questões socioambientais e da exigência por mais transparência sobre as atividades corporativas.

 

Hoje, a divulgação anual desses relatórios já está amplamente difundida entre as grandes empresas, não bastando apenas o lançamento do documento, mas sua adequação aos padrões e diretrizes internacionais de elaboração para que se tenha um parâmetro concreto de evolução dos relatos. Os mais adotados atualmente são:

Vale reforçar que as empresas não precisam se restringir a apenas um dos padrões, elas podem adequar o documento a diferentes diretrizes com base no tema de cada seção do relatório. Uma prática, inclusive, bem vista nas avaliações do Reporting Matters Brasil 2024.

O que é o Reporting Matters Brasil e como ele avalia ESG?

Desenvolvido pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) com o apoio do Grupo Report, o Reporting Matters Brasil chega a sua segunda edição inspirado no projeto de mesmo nome idealizado pela Radley Yeldar e pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), que já ocorre desde 2013 com análises de relatórios de sustentabilidade em escala global. Compartilhando, portanto, os mesmos objetivos, ainda que com abrangências diferentes, a CEBDS procura incentivar a melhoria das práticas de reporte empresarial por meio da avaliação dos relatórios produzidos pelas empresas que tem como associadas.

Critérios de avaliação

Com resultados expressos em pontuações de 0 a 10, os critérios de avaliação adotados pela CEBDS abrangem tópicos que vão além da conformidade dos relatórios com os padrões internacionais de elaboração. No total, foram analisados 74 relatórios com base nos 16 critérios seguintes:

✅Completude            ✅Contexto operacional

✅Materialidade          ✅Verificação externa  

✅Equilíbrio                  ✅Engajamento de stakeholders

✅Estratégia                 ✅Metas e compromissos  

✅Desempenho          ✅Governança de sustentabilidade

✅Design atrativo       ✅Parcerias e colaborações

✅Impacto                    ✅Implementação e controle

✅Alinhamento           ✅Facilidade de acesso

Além destes tópicos, a análise também observou boas práticas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ainda que não tenham sido considerados como critérios de pontuação.

Quem são e como funciona o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)?

O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) é uma organização brasileira composta por empresas comprometidas com práticas empresariais responsáveis e sustentáveis. Fundado em 1997, o CEBDS busca alinhar as ações das empresas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, promovendo um futuro mais equilibrado e justo. A organização atua como um fórum de diálogo, estimulando a colaboração entre empresas para desenvolver soluções inovadoras e integrar práticas ESG (ambientais, sociais e de governança). Além disso, o CEBDS apoia a criação de políticas públicas sustentáveis, oferece suporte técnico e realiza estudos que ajudam as empresas a atender às demandas socioambientais do mercado.

Como foram os resultados do Reporting Matters Brasil 2024?

Neste ano, a CEBDS observou avanços consideráveis na pontuação de praticamente todos os critérios quando comparados ao ano de 2023, com exceção apenas de “Impacto”, onde as empresas demonstraram uma certa fragilidade ao abordar o subcritério “Biodiversidade”. No entanto, como um todo, pode-se afirmar que os resultados foram bastante animadores, já que a pontuação média dos relatórios analisados passou de 6,7 para 7,8 — incremento de 16%, com destaque para a evolução acentuada do foco em materialidade, que passou de 5,8 para 7,2.

O que é Materialidade nos Relatórios de Sustentabilidade e sua Importância para as Empresas?

O conceito de materialidade nos relatórios de sustentabilidade envolve identificar e priorizar os temas mais relevantes para as empresas e seus stakeholders, levando em conta os impactos econômicos, sociais e ambientais de suas operações. Esses temas são essenciais para as decisões empresariais e para garantir a transparência e credibilidade dos relatórios. Atualmente, muitos relatórios vão além e adotam o conceito de dupla-materialidade, que avalia não apenas o impacto das atividades da empresa, mas também os riscos financeiros que ela pode enfrentar devido a questões socioambientais e econômicas externas.

Como esses conceitos se refletiram na pesquisa

Em 2024, houve melhorias substanciais na elaboração da materialidade nos relatórios, incluindo um crescimento de 14% de empresas que adotaram a dupla-materialidade em relação a 2023. Esse crescimento configurou a dupla-materialidade como uma prática presente na maioria dos relatórios analisados. 

Entre os temas materiais mais incidentes nos relatórios temos:

  • 78% Ética, integridade, compliance / Combate à corrupção / Transparência empresarial.
  • 73% Mudanças climáticas / Estratégia climática.
  • 70% Saúde, Bem-estar, Segurança no trabalho / Condições de trabalho.
  • 61% Diversidade, equidade e inclusão / Combate ao racismo estrutural / Combate a assédio e discriminação.

Conclusões gerais da pesquisa

Em termos gerais, a análise de relatórios de sustentabilidade da Reporting Matters Brasil chegou às seguintes conclusões:

  • 14% dos relatórios apresentam os ODS prioritários da empresa e somente 12% definiram metas claras ligadas aos ODS.
  • 74% dos relatórios utilizam as normas SASB e 53% incluem indicadores TCFD.
  • 59% possuem Compromisso Net Zero de reduzir as emissões a um nível residual até 2050.
  • 51% denominam-se “Relatório de Sustentabilidade”, enquanto 19% utilizam “Relatório Integrado”, e 12%, “Relatório ESG”.
  • 95% dos relatórios utilizam a GRI, seja exclusivamente ou associada a outros padrões e diretrizes.
  • 97% dos relatórios estão disponíveis online; desses, 7% são encontrados com dificuldade (mais que alguns cliques).
  • 77% dos relatórios receberam auditoria externa (de uma parte ou todo o relatório) e 23% não contaram com verificação externa.
  • 57% das empresas têm uma Política de Direitos Humanos com referência aos United Nations Guiding Principles on Business and Human Rights (UNGP).

Os resultados do Reporting Matters Brasil 2024 refletem avanços importantes na qualidade e transparência dos Relatórios de Sustentabilidade das empresas brasileiras, com destaque para a evolução na abordagem de materialidade e a adoção da dupla-materialidade. Embora ainda haja desafios, especialmente em relação ao impacto ambiental e à biodiversidade, as melhorias observadas indicam que as empresas estão cada vez mais alinhadas com as melhores práticas globais de ESG, contribuindo para um futuro mais sustentável e responsável.

Clique aqui e faça o download para o material completo da pesquisa.

Veja também nosso artigo sobre o Pacto Global da ONU e como ele impactou a elaboração dos relatórios de sustentabilidade.

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